“O papel do profissional da química na bioeconomia”, apresenta uma análise abrangente sobre a importância estratégica dos profissionais da química na construção e consolidação da bioeconomia, especialmente em sua vertente circular. Destaca-se que esses profissionais têm papel fundamental no desenvolvimento de soluções sustentáveis que contribuem diretamente para enfrentar desafios globais, como as mudanças climáticas, a escassez de recursos e a dependência de combustíveis fósseis.

Uma das principais contribuições dos químicos está no desenvolvimento de produtos de base biológica, como bioplásticos, biocombustíveis e polímeros biodegradáveis, utilizando matérias-primas renováveis e reduzindo o uso de recursos fósseis. Além disso, esses profissionais são responsáveis por promover inovações nos processos de produção por meio do uso de bioprocessos e tecnologias limpas, contribuindo para o fortalecimento de cadeias de valor sustentáveis e de baixo carbono.

Outro ponto relevante é a atuação dos químicos na redução das emissões de gases de efeito estufa, seja por meio da produção de bioenergia e biocombustíveis, seja pelo aprimoramento de tecnologias para captura e sequestro de carbono. A química verde, nesse contexto, torna-se um campo essencial para o desenvolvimento de processos industriais mais eficientes, com menor geração de resíduos e impacto ambiental reduzido.

A Nota Técnica também destaca diversas oportunidades para esses profissionais, como o desenvolvimento de novos produtos químicos de base biológica, a inserção de biotecnologias no setor produtivo e a atuação em redes de inovação e parcerias entre empresas, universidades e governo. No entanto, esses avanços ainda enfrentam desafios importantes, como a competitividade frente aos produtos fósseis, as barreiras tecnológicas na conversão de biomassa e as dificuldades regulatórias e de mercado enfrentadas no Brasil.

As áreas promissoras para a atuação dos profissionais da química na bioeconomia são amplas e incluem, no setor da saúde, a produção de biofármacos, cosméticos de base biológica, enzimas industriais e novos compostos bioativos. No setor industrial, destacam-se as biorrefinarias, os bioplásticos, os materiais avançados e a nanotecnologia. Na agricultura, a ênfase recai sobre os insumos biológicos, como biofertilizantes e biopesticidas, o uso de nanotecnologia para eficiência de insumos e a valorização de resíduos agroindustriais para produção de bioenergia. No campo ambiental, os químicos têm papel essencial no desenvolvimento de tecnologias de biorremediação, no reaproveitamento de resíduos e na aplicação da química verde.

Por fim, o texto enfatiza que os profissionais da química são protagonistas da transição ecológica brasileira, atuando na criação de tecnologias sustentáveis, valorização da biodiversidade nacional, desenvolvimento de insumos biológicos, implementação de práticas de economia circular e formulação de políticas públicas voltadas à sustentabilidade. A formação, capacitação e atuação ativa desses profissionais são indispensáveis para que o Brasil se consolide como uma potência bioeconômica, alinhando desenvolvimento econômico com preservação ambiental e justiça climática.

Resumo:

O papel do profissional da química na bioeconomia é central para a transição para um modelo sustentável e de baixo carbono. Esses profissionais são responsáveis pelo desenvolvimento de produtos de base biológica, como bioplásticos, biocombustíveis e biofármacos, substituindo derivados do petróleo por alternativas renováveis. Atuando com química verde e biotecnologia, promovem inovações em processos industriais, contribuindo para a redução de resíduos, emissões e uso de recursos não renováveis.

Entre as principais áreas de atuação estão a saúde (com produção de biofármacos e cosméticos naturais), a indústria (com biorrefinarias e materiais avançados), a agricultura (com biofertilizantes e nanotecnologia) e o meio ambiente (com biorremediação e reaproveitamento de resíduos). O documento também destaca que, apesar das oportunidades, ainda há desafios como a competitividade frente aos produtos fósseis e barreiras regulatórias.

Os químicos têm papel estratégico na implementação da bioeconomia no Brasil, contribuindo para políticas públicas, pesquisa, inovação e nos setores de produção, sempre alinhados com os princípios da sustentabilidade e da economia circular.

Nesse contexto, a Nota Técnica nº 04/2024 da CTMA/CRQ-12 (que pode ser acessada clicando aqui) , discorre sobre o papel estratégico do profissional da química na bioeconomia.